O que é

O Cidade Invertida é um grupo formado por fotógrafos, educadores e artistas que desenvolvem ações culturais ligadas à fotografia, utilizando-a como ferramenta de promoção da cultura, do conhecimento e da cidadania. Seu símbolo é um trailer adaptado para funcionar como câmera obscura e laboratório fotográfico, conferindo ao projeto um caráter itinerante — já são mais de 35.000 km percorridos. Desde 2006, o Cidade Invertida vem ampliando sua atuação, sendo contemplado por prêmios e editais de incentivo em níveis municipal, estadual e federal. Esses reconhecimentos fortalecem o atendimento a milhares de pessoas de diferentes idades e contextos socioculturais, além de impulsionar pesquisas conceituais e estéticas e contribuir para a formação de professores
visão
Ser um grupo de referência nacional capaz de gerar conhecimento, comunicar por imagens, fascinar e sensibilizar, e assim colaborar para que multiplicadores possam pensar em possibilidades didáticas utilizando como mote o universo das representações.
valores
O Cidade Invertida estimula novas formas de observar o cotidiano, visando formar público apreciador e questionador de fotografia a fim de que ela seja uma ferramenta propulsora de cultura. Atingindo públicos distintos, entende como atividade fundamental contribuir com a democratização da cultura.
objetivos

Estimular a produção e apreciação de imagens como instrumento de sensibilização estética e educação visual, tendo como contexto aspectos históricos e contemporâneos do universo das representações.
Descondicionar o olhar cotidiano através da observação e prática fotográficas, conscientizando os participantes da força da linguagem visual, estimulando uma análise mais crítica em relação aos ícones que nos cercam.
Desmistificar a formação da imagem óptica. Resgatar processos analógicos precursores e combina-los com as mais novas tecnologias, realizando um percurso por diferentes dispositivos e suportes.
Orientar e incentivar os educadores na elaboração de ações didáticas relacionadas à fotografia, adaptando os conteúdos de acordo com as especificidades de seu ambiente sócio-econômico.

histórico
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Ricardo Hantzschel, fotógrafo profissional, idealizador e coordenador do projeto, desenvolve uma pesquisa aprofundada com câmeras pinhole e processos históricos, utilizando essas técnicas na criação de diversos trabalhos autorais. As imagens dos ensaios Cidade Casual e Cidade Múltipla, hoje parte do acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo, lhe renderam o Prêmio Porto Seguro de Fotografia em 2003. Já o ensaio SAL, impresso em papel salgado, conquistou o Prêmio Funarte Marc Ferrez em 2014.
Em 2004, durante a 26ª Bienal Internacional de São Paulo, Ricardo conheceu as artistas belgas Christine Felten e Véronique Massinger, cujo trabalho na mostra consistia em enormes fotografias coloridas (3x1,5m) produzidas com um trailer adaptado como câmera pinhole. Ao deixarem o Brasil, as artistas doaram o trailer a Ricardo com o desejo de que ele permanecesse ativo no meio fotográfico.
Com ampla experiência no ensino da fotografia — em instituições como o Museu Lasar Segall, Centro Cultural São Paulo, Sesc Pompeia e na Faculdade de Fotografia do Senac (graduação e pós-graduação) —, Hantzschel percebeu a oportunidade de transformar o veículo em um núcleo itinerante de experimentação e educação. Reformado e adaptado, o trailer tornou-se uma câmera obscura gigante e um laboratório tradicional de fotografia em preto e branco, capaz de circular por diferentes lugares.
A partir da presença marcante e simpática do trailer, o projeto ganhou força, promovendo a troca de conhecimento de forma lúdica e participativa. Por meio de jogos visuais, aparatos ópticos, câmeras pinhole, descartáveis, celulares e técnicas históricas, o Cidade Invertida desmistifica a imagem e estimula um olhar mais criativo e consciente.
A fotografia, como linguagem transversal, tem o poder de conectar diferentes áreas do saber. Valorizar o sujeito como criador de sua própria visualidade é contribuir para o despertar das sensibilidades e para a formação de cidadãos críticos diante dos ícones do cotidiano.