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Cianótipo

Descoberto pelo astronomo e cientista inglês Sir John Hershel em 1842, o cianótipo é um composto férrico sensível a luz ultra violeta, como a do sol, que revela imagens ao ser lavada em água, produzindo registros monocromáticas de um azul profundo. O processo é bastante simples e seguro, dispensando o uso de fixador e de um quarto escuro. Na prática é um material fotográfico fabricado pelo próprio usuário.

Materiais para cianotipia (para fazer 500ml de solução)

• 50g de citrato férrico amoniacal (de cristais verdes) diluído em 250ml de água destilada;
• 20g de ferricianeto de potássio diluído em 250ml de água destilada;
• 2 frascos de vidro escuros para armazenamento dos químicos;
• 1 frasco graduado para a diluição dos químicos;
• 1 pequena pá de plástico para mistura de químicos;
• 1 pincel largo (ex: 3cm) e macio para aplicação da química sobre papel;
• 1 secador de cabelo para secagem rápida;
• 1 chapa de vidro 20x30 cm ou no tamanho de sua preferência de pelo menos 4 mm de espessura;
• 1 placa de suporte rígido (ex: eucatex) no mesmo tamanho da chapa de vidro;
• 1 espuma de boa resistência no mesmo tamanho do vidro para garantir bom contato do papel emulsionado com os objetos (ex: folhas e penas); presilhas de tamanho médio ou grande.

• 1 bandeja plástica para o banho final da imagem em água corrente;
• 1 balança (pequena) de precisão;
• Papel para emulsionar (ex: papel filtro, aquarela);
• Papel Kraft ou jornal para forrar a mesa;
• Luvas e avental para proteção pessoal.

Como preparar as soluções

Separe a quantidade necessária do Ferrecianeto de Potássio (solução A) e do Citrato Férrico Amoniacal (solução B) usando a balança de precisão. Separe também a água destilada. Dilua aos poucos separadamente os químicos até que não haja grãos sobrando. Ao finalizar, armazene em frascos separados de vidro bem vedados.

 

Como sensibilizar o papel

Para começar o trabalho forre uma mesa com o papel Kraft ou jornal e misture as duas soluções químicas em porções iguais. Quando pronta, a solução de cianótipo se deteriora rapidamente, razão pela qual indicamos a diluição de porções pequenas para que não haja sobras. Espalhe a emulsão sobre o papel usando o pincel macio em passadas cruzadas. Seque bem o papel com o secador de cabelo.

 

Como expor o cianótipo

Prepare a prensa fazendo um sanduíches com a placa (Eucatex), a espuma e o vidro. Coloque o papel emulsionado sobre a espuma e por cima os objetos a serem registrados, como negativos, materiais translúcidos ou opacos de sua escolha (folhas, flores, penas, etc). O vidro deve vir em cima de tudo, pressionando os objetos sobre o papel. Para garantir que o conjunto não se mova, prenda com quatro presilhas nas laterais.
Coloque a prancha sob a luz direta do sol e exponha entre 10 e 25 minutos dependendo da opacidade dos objetos.

 

Lavagem

Terminada a exposição à luz UV, abra a prensa e leve o papel para ser imerso em água corrente na bandeja de lavagem, até que a cor amarelada do químico na água desapareça. Finalmente coloque para secar.

 

Permanência

O cianótipo é uma emulsão férrica que não usa prata como material sensível à luz, dispensando o uso de fixador. Os resultados são muito duráveis, como demonstram os exemplares de 1843 da fotógrafa britânica Anna Atkins (1799 - 1871), em perfeito estado.

 

Cuidados gerais

Nunca manuseie os químicos sem o uso de luvas e avental. Recomendamos que sempre deixe uma janela aberta para circulação de ar no local. Não esquente de forma alguma as soluções, evitando a liberação de vapores tóxicos. Na hora de emulsionar o papel, é importante não haver lâmpadas fluorescentes acesas no ambiente, uma vez que estas emitem luz UV, podendo velar o cianótipo. Neste caso, prefira o uso de lâmpadas incandescentes.

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